Vibe 2025: Quando o mar cansou de fingir que é bonzinho.
- Bravus VA'A

- há 6 dias
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Todo ano brota uns iluminados dizendo que dá pra encarar a VIBE Ilhabela “de boa”, “suave”, “provinha gostosa”. Meu amigo… gostosa só se for a paisagem. O resto é desafio premium: você entra por livre e espontânea teimosia e ainda sai na foto chorando enquanto alimenta os peixes, sem nenhuma dignidade, se não tiver treinado de verdade.
E olha que estou pegando leve. Essa é uma das provas mais cascas-grossas do Brasil — e não pelos 90 km, que só assustam quem nunca tomou um sacode honesto do mar. O verdadeiro desafio é a técnica: navegar em um mar que muda de humor igual adolescente sem wi-fi, e é preciso ler o mar como quem analisa cláusula de banco — porque qualquer vírgula ignorada te joga direto no buraco.
Agora, achar que uma prova de 7 a 10 horas vai ser “travessia turística”, sem corrente forte, sem ondulação e sem aquela brisinha sacana que te empurra pro submundo… é acreditar que remar é meter a pá na água e cantar um E Ala Ē. Não é. Longão é estratégia pura, leitura, malandragem e, acima de tudo, muita humildade para saber parar e não colocar ninguém em risco.
Nos últimos anos, o mar resolveu brincar de bonzinho. Mordeu, assoprou, deixou um monte de equipe novata completar, posar pra foto, subir em pódio, ganhar medalha e voltar pra casa achando que estava pronta pra próxima etapa da evolução. Nasceu a ilusão coletiva do “relaxa, dá pra ir”. O mar adora isso: te deixa leve, confiante, sorridente… e depois te mete um tapa pedagógico que recalibra a alma.
E chegamos à treta do momento: a mudança da velocidade média de 7,8 km/h para 9 km/h. Teve indignado, textão, drama, culpa no organizador e até menção a Mercúrio retrógrado. Mas sejamos francos: equipe que faz uma prova dessa a 7,8 km/h não está competindo — está fazendo travessia de clube com paradas para mergulho coletivo, ou simplesmente não está preparada ainda para esse tipo de desafio.
E não é demérito nenhum treinar, se esforçar e mesmo assim não alcançar. Cada um sabe quanto investiu de tempo e dinheiro. E ser desclassificado dói mesmo. Já vivi isso. Frustra, derruba, mexe com o ego. Mas só amadurece de verdade quem encara os erros já pensando na próxima.
E aí vem a cereja do bolo: o Instagram. Ah, o Instagram… terra das frases de gratidão, dos textões filosóficos, das indiretas com filtro Valencia. Todo mundo finge na equipe que se ama, todo mundo solta crítica velada, mas ninguém — absolutamente ninguém — faz uma autocrítica honesta. E os vídeos estão lá: huli com mar flat, remadores que não sabem defender a ama, canoa sambando igual passista de carnaval, troca digna de tartaruga com labirintite atravessando a faixa e muitos remadores alimentando os peixes. Depois vem o questionamento: “Por que não deixaram a gente terminar a prova?”. A pergunta certa é: com esse nível técnico, como tiveram coragem de entrar numa prova dessas?
A régua é dura? É. Injusta? Talvez. Mas, sinceramente, se coloquem no lugar da organização — vendo remador passando mal e sendo levado para o hospital, dando huli ou fazendo troca digna de “vídeo cassetada” — você manteria essas equipes na água com o mar crescendo? Deixando esse bando de maluco navegar no escuro? Só se fosse irresponsável.
E antes que alguém venha com o clássico “não tava lá, não pode opinar”: isso é bengala de quem não quer encarar o espelho. Uma fuga elegante pra não admitir os próprios erros — ou pra não lidar com o ego ferido o suficiente pra impedir qualquer autocrítica.
E, pra colocar os pingos nos is: está circulando essa história de que “metade da VIBE foi desclassificada”. Pura distorção. Das 51 equipes inscritas, 11 ficaram de fora — e nem todas por desempenho. Teve gente que passou mal, barco de apoio que quebrou, equipe que decidiu sair antes mesmo do corte. Nada de catástrofe. Só a realidade, sem drama.
No fim das contas, a VIBE 2025 não enganou ninguém. Só escancarou o óbvio: quem treina de verdade e entende o mar, termina. Quem vive de fantasia, sofre. E quem insiste no “dá pra ir”… bom, esse já tá pedindo pra cair na pegadinha de novo no ano que vem.



Texto perfeito, não é uma prova para amadores e muito menos para equipes “catadão”. Quer fazer abaixo de 9km/h? Alugue um barco e faça a volta em qualquer dia do ano. Competição é necessário um nível mínimo, ainda mais a VIBE.
Sobre a organização, sempre foi e sempre será a melhor prova que temos no circuito.
Um texto desse só pode ter sido escrito por alguém com um ego muito frágil, que precisa ficar diminuindo os outros para parecer que é alguma coisa!
Uma visão completamente viciada, que não contempla as particularidades de uma infinidade de remadores!
Participei neste final de semana da Vibe, uma prova de 90 km técnica, desafiadora e, sem dúvida, uma das mais exigentes da modalidade.
Quando nos inscrevemos, a regra era clara: concluir o percurso mantendo média mínima de 7,8 km/h. Porém, na noite anterior, durante o briefing, a organização anunciou uma mudança para 9 km/h, não ficou claro as motivações da mudança (baseando-se na previsão de condições mais calmas? talvez... mas não foi o caso.) Uma alteração desse porte, feita horas antes da largada, modifica completamente a estratégia de prova e não oferece tempo real para ajustes responsáveis.
Mesmo assim, seguimos. Enfrentamos os trechos mais difíceis e, quando as condições melhoraram — por volta do km 55 — estávamos em ascensã…
Texto recheado de bobagens, fui corredor de aventuras por muitos anos e essa ladainha ja existia, o que nao podemos esquecer eh que para ter 10 canoas de gente "foda" em uma prova tao seletiva como ele diz, tem de haver 40 que pagam "o sonho" de participar de um evento deste tamanho. Pq, fodoes nao pagam evento, pelo contrario sao patrocinados por ele, entao um salve a todos que foram cortados, vomitados, quebrados, afogados e acreditaram que seria bom.
Um indivíduo que faz esse post é digno de dó e pena !